A televisão brasileira tinha pouco mais de 10 anos de existência quando, em março de 1961, a TV Tupi estreou uma serie que se tornou clássica: “O Vigilante Rodoviário”.
Trata-se das aventuras do primeiro herói da televisão nacional, o inspetor Carlos e seu fiel ajudante o cão Lobo. A bordo de seu Simca Chambord 1959 ou com sua motocicleta Harley Davidson 1952, Carlos enfrentava criminosos diversos, que agiam mais com astúcia do que com violência . Na verdade, esse era o princípio dos criadores da serie, Ari Fernandes e Alfredo Palácios: transmitir noções de civilidade e da importância da polícia na manutenção da ordem.
A série foi inspirada na Polícia Rodoviária do Estado de S. Paulo, criada em 1948 para empregar os pracinhas que lutaram na 2ª Guerra Mundial. Mais de 200 candidatos participaram da seleção para o papel principal, que ficou com o jovem Carlos Miranda, assistente de produção. Em pouco tempo, alcançou o sucesso, graças ao cuidado da produção. Filmada em película de 35mm para TV, uma raridade na época, não conseguiu patrocínio para ser dada continuidade às filmagens.
Com o fim da série, Carlos tornou-se um verdadeiro vigilante prestando concurso na Academia do Barro Branco, vindo a ser oficial da Polícia Rodoviária de S. Paulo. Foi citado no Guinness Book ( livro dos recordes) por ter sido o primeiro ator a se tornar na realidade o personagem que havia criado na ficção.
A série “O Vigilante Rodoviário” é um marco na história da televisão brasileira, um fenômeno de público digno de ser objeto de estudos pelas escolas especializadas em cursos se sociologia, antropologia, propaganda e marketing, cinema, teatro e televisão, que com o passar das décadas ainda se mostra atual, servindo de exemplo para as gerações contemporâneas.
_______________________________________________________
Trecho de livro publicado neste blog com autorização do Carlos Miranda, meu amigo pessoal. Carlos recebeu vários prêmios, condecorações.
Pose característica do seriado: Inspetor Carlos e o cão Lobo.
ResponderExcluir